Vício

Você tenta se afastar por uma série de razões e aguenta um, dois e três sofridos e longos dias e ai começa a ficar nervosa, angustiada, sem muita vontade de qualquer coisa e joga tudo para o alto, pega o celular e manda uma mensagem meio descontraída, porém um pouco retraída, mas não consegue depois destrinchar a conversa, pois a conexão ficou fraca depois de três dias sem se falar.

No outro dia você tenta com mais uma mensagem: bom dia, como esta o trabalho? Ele mal responde, pois alega estar mesmo ocupado, mas você tem a certeza que o primeiro passo foi dado e quando menos espera ele manda uma mensagem para você ligar. Ansiosa, porém precavida, espera uns 10 minutos e liga e aos poucos vai trazendo aquele homem de volta para a sua vida.

E vai entendendo que infelizmente precisa daquele cafajeste que não tem tempo pra você, que te coloca sempre em segundo plano e quando esta com os amigos nem lembra que você existe, mas esse mesmo cara tem o poder de te acalmar com umas miseras e poucas palavras, trocadas por telefone ou mensagem, te aquece e você volta a viver e a fazer planos para sua vida.

É um vício, como se fosse uma droga que não consegue ficar sem. Quando tenta afastar vem as recaídas cada vez mais forte, é como se remasse contra a maré ou nadasse, nadasse.... e acabasse morrendo na praia. Tem medo de tomar uma decisão drástica e afastar de vez daquela droga que te reanima, que é gostoso, que lhe dar prazer. Experimentar outra coisa e se viciar?? Não dá, não é a mesma coisa, não dá a mesma felicidade, não te causa e não te vira pelo avesso e definitivamente não é estimulante.

Nada faz sentido sem o ar daquela graça, não existe tratamento psicológico , conselhos, livros de autoajuda, amores novos, presentes ... não tem lugar bonito, paisagem exuberante, comidas deliciosas, chocolates, um bom livro ... nada !! Saciar-se de vida é não perder o contato com o pilantra. Saudade que dói, falta, necessidade, alimento para o seu ser é sempre ter o cara que nunca está cem por cento com você.